domingo, 12 de agosto de 2012

Cobra grande

 

É uma das mais conhecidas lendas do folclore amazônico. Conta a lenda que em numa tribo indígena da Amazônia, uma índia, grávida da Boiúna (Cobra-grande, Sucuri), deu à luz a duas crianças gêmeas que na verdade eram Cobras. Um menino, que recebeu o nome de Honorato ou Nonato, e uma menina, chamada de Maria. Para ficar livre dos filhos, a mãe jogou as duas crianças no rio. Lá no rio eles, como Cobras, se criaram. Honorato era Bom, mas sua irmã era muito perversa. Prejudicava os outros animais e também às pessoas.
Eram tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la para pôr fim às suas perversidades. Honorato, em algumas noites de luar, perdia o seu encanto e adquiria a forma humana transformando-se em um belo rapaz, deixando as águas para levar uma vida normal na terra.
Para que se quebrasse o encanto de Honorato era preciso que alguém tivesse muita coragem para derramar leite na boca da enorme cobra, e fazer um ferimento na cabeça até sair sangue. Ninguém tinha coragem de enfrentar o enorme monstro.
Até que um dia um soldado de Cametá (município do Pará) conseguiu libertar Honorato da maldição. Ele deixou de ser cobra d'água para viver na terra com sua família.

Origem: Mito da região Norte do Brasil, Pará e Amazonas.

Mula sem cabeça





Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições da Mula-Sem-Cabeça. Também se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Dizem que é uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada. Toda passagem de quinta para sexta feira ela vai numa encruzilhada e ali se transforma na besta.
Então, ela vai percorrer sete povoados, ao longo daquela noite, e se encontrar alguém chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar do nome, Mula-Sem-Cabeça, na verdade, de acordo com quem já a viu, ela aparece como um animal inteiro, forte, lançando fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro.
Nas noites que ela sai, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às vezes, parece chorar como se fosse uma pessoa. Ao ver a Mula,deve-se deitar de bruços no chão e esconder Unhas e Dentes para não ser atacado.
Se alguém, com muita coragem, tirar os freios de sua boca, o encanto será desfeito e a Mula-Sem-Cabeça, voltará a ser gente, ficando livre da maldição que a castiga, para sempre
Nomes comuns: Burrinha do Padre, Burrinha, Mula Preta, Cavalo-sem-cabeça, Padre-sem-cabeça, Malora (México),
Origem Provável: É um mito que já existia no Brasil colônia. Apesar de ser comum em todo Brasil, variando um pouco entre as regiões, é um mito muito forte entre Goiás e Mato Grosso. Mesmo assim não é exclusivo do Brasil, existindo versões muito semelhantes em alguns países Hispânicos.
Conforme a região, a forma de quebrar o encanto da Mula, pode variar. Há casos onde para evitar que sua amante pegue a maldição, o padre deve excomungá-la antes de celebrar a missa. Também, basta um leve ferimento feito com alfinete ou outro objeto, o importante é que saia sangue, para que o encanto se quebre. Assim, a Mula se transforma outra vez em mulher e aparece completamente nua. Em Santa Catarina, para saber se uma mulher é amante do Padre, lança-se ao fogo um ovo enrolado em fita com o nome dela, e se o ovo cozer e a fita não queimar, ela é.
É importante notar que também, algumas vezes, o próprio Padre é que é amaldiçoado. Nesse caso ele vira um Padre-sem-Cabeça, e sai assustando as pessoas, ora a pé, ora montado em um cavalo do outro mundo. Há uma lenda Norte americana, O Cavaleiro sem Cabeça, que lembra muito esta variação.

Algumas vezes a Mula, pode ser um animal negro com a marca de uma cruz branca gravada no pelo. Pode ou não ter cabeça, mas o que se sabe de concreto é que a Mula, é mesmo uma amante de Padre.



Boi Tatá

 
É um cobra  com olhos de fogo, enormes, de dia é quase cego, à noite vê tudo. Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie de cobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá ficou no escuro, assim, seus olhos cresceram.

Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais. Algumas vezes, assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do tamanho de sua cabeça e persegue os viajantes noturnos. Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. No Nordeste do Brasil é chamado de "Cumadre Fulôzinha". Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios.

Dizem ainda que ele é o espírito de gente ruim ou almas penadas, e por onde passa, vai tocando fogo nos campos. Outros dizem que ele protege as matas contra incêndios.
A ciência diz que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo, que são os gases inflamáveis que emanam dos pântanos, sepulturas e carcaças de grandes animais mortos, e que visto de longe parecem grandes tochas em movimento.
Nomes comuns: No Sul; Baitatá, Batatá, Bitatá (São Paulo). No Nordeste; Batatão e Biatatá (Bahia). Entre os índios; Mbaê-Tata.
Origem Provável: É de origem Indígena. Em 1560, o Padre Anchieta já relatava a presença desse mito. Dizia que entre os índios era a mais temível assombração. Já os negros africanos, também trouxeram o mito de um ser que habitava as águas profundas, e que saía a noite para caçar, seu nome era Biatatá.
É um mito que sofre grandes modificações conforme a região. Em algumas regiões por exemplo, ele é uma espécie de gênio protetor das florestas contra as queimadas. Já em outras, ele é causador dos incêndios na mata. A versão do dilúvio teve origem no Rio Grande o Sul.
Uma versão conta que seus olhos cresceram para melhor se adaptar à escuridão da caverna onde ficou preso após o dilúvio, outra versão, conta que ele, procura restos de animais mortos e come apenas seus olhos, absorvendo a luz e o volume dos mesmos, razão pela qual tem os olhos tão grandes e incandescentes.

Caipora






É um Mito do Brasil que os índios já conheciam desde a época do descobrimento. Índios e Jesuítas o chamavam de Caiçara, o protetor da caça e das matas.
É um anão de Cabelos Vermelhos com Pelo e Dentes verdes. Como protetor das Árvores e dos Animais, costuma punir o os agressores da Natureza e o caçador que mate por prazer. É muito poderoso e forte.
Seus pés voltados para trás serve para despistar os caçadores, deixando-os sempre a seguir rastros falsos. Quem o vê, perde totalmente o rumo, e não sabe mais achar o caminho de volta. É impossível capturá-lo. Para atrair suas vítimas, ele, às vezes chama as pessoas com gritos que imitam a voz humana. É também chamado de Pai ou Mãe-do-Mato, Curupira e Caapora. Para os Índios Guaranis ele é o Demônio da Floresta. Às vezes é visto montando um Porco do Mato.
Uma carta do Padre Anchieta datada de 1560, dizia: "Aqui há certos demônios, a que os índios chamam Curupira, que os atacam muitas vezes no mato, dando-lhes açoites e ferindo-os bastante". Os índios, para lhe agradar, deixavam nas clareiras, penas, esteiras e cobertores.
De acordo com a crença, ao entrar na mata, a pessoa deve levar um Rolo de Fumo para agradá-lo, no caso de cruzar com Ele.

Nomes comuns: Caipora, Curupira, Pai do Mato, Mãe do Mato, Caiçara, Caapora, Anhanga, etc.
Origem Provável: É oriundo da Mitologia Tupi, e os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando da época do descobrimento, depois tornou-se comum em todo País, sendo junto com o Saci, os campeões de popularidade. Entre o Tupis-Guaranis, existia uma outra variedade de Caipora, chamada Anhanga, um ser maligno que causava doenças ou matava os índios. Existem entidades semelhantes entre quase todos os indígenas das américas Latina e Central. Em El Salvador, El Cipitío, é um espiríto tanto da floresta quanto urbano, que também tem as mesmos atibutos do Caipora. Ou seja pés invertidos, capacidade de desorientar as pessoas, etc. Mas, este El Cipitío, gosta mesmo é de seduzir as mulheres.
Conforme a região, ele pode ser uma mulher de uma perna só que anda pulando, ou uma criança de um pé só, redondo, ou um homem gigante montado num porco do mato, e seguido por um cachorro chamado Papa-mel.
Também, dizem que ele tem o poder de ressuscitar animais mortos e que ele é o pai do moleque Saci Pererê.
Há uma versão que diz que o Caipora, como castigo, transforma os filhos e mulher do caçador mau, em caça, para que este os mate sem saber.

Mumuru a estrela dos lagos



Maraí, uma jovem e bela índia, muito amava a natureza.

 À noite, ficava a contemplar a chegada da Lua e das estrelas. 

Nasceu-lhe, então, um forte desejo de tornar-se uma estrela.

 Perguntou ao pai como surgiam aqueles pontinhos brilhantes no céu e, com grande alegria,

 veio a saber que Jacy, a Lua, ouvia os desejos das moças e, ao se 

esconder atrás das montanhas, transformava-as em estrelas

. Muitos dias se passaram sem que a jovem realizasse seu sonho.

 Resolveu então aguardar a chegada da Lua junto aos peixes do lago. 

Assim que esta apareceu,Maraí encantou-se com sua imagem refletida na água,

 sendo atraída para dentro do lago, de onde não mais voltou. 

A pedido dos peixes, pássaros e outros animais,

 Maraí não foi levada para o céu. Jacy transformou-a numa bela planta

, ganhando o nome de Mumuru, a vitória-régia.

A lenda da mandioca



Nasceu uma indiazinha linda e a mãe e o pai tupis espantaram-se:
 Como é branquinha esta criança!
Chamaram-na de Mani. Comia pouco e pouco bebia.
Mani parecia esconder um mistério. Uma bela manhã, Mani não se levantou da rede.
O Pajé deu ervas e bebidas à menina. Mani sorria, muito doente, mas sem dores.
E sorrindo Mani morreu.
Os pais enterraram-na dentro da própria oca e regaram a sua cova com água, como era costume dos índios tupis, mas também com muitas lágrimas de saudade.
Um dia, perceberam que do túmulo de Mani rompia uma plantinha verde e viçosa. A plantinha desconhecida crescia depressa.
Poucas luas se passaram e ela estava alta, com um caule forte que até fazia a terra rachar ao redor.
 Vamos cavar? - comentou a mãe de Mani.
Cavaram um pouco e, à flor da terra, viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor dos curumins, nome que dão aos indiozinhos. Mas, sob a casquinha marrom, lá estava a polpa branquinha, quase da cor de Mani.
- Vamos chamá-la de Mani-oca. - resolveram os índios.
Transformaram a planta em alimento

quinta-feira, 5 de abril de 2012

PÊSSANKAS

A arte de colorir os ovos pascais, conhecida como pêssanka (derivado do verbo pessaty, o qual significa escrever), é muito antiga e data do período do paganismo.

Simbolizava o renascimento da Terra na primavera com a promessa de novas esperanças, saúde e prosperidade. Posteriormente, com o advento do Cristianismo, passou a simbolizar a Páscoa e a Ressurreição de Cristo – promessa de um mundo melhor e mais feliz.
Tendo como suporte ovos de galinha, a pêssanka é artisticamente pintada em processo artesanal utilizando cores variadas, com desenhos geométricos, figuras e símbolos religiosos originários da Ucrânia.
Os ovos representam o princípio de todas as coisas, da vida e da criação. Sua forma perfeitamente desenhada, sua superfície lisa e sua cor geralmente branca, fazem do ovo um símbolo da perfeição.
Em algumas regiões da Ucrânia acredita-se que a pêssanka tem força curativa e também protege a casa do camponês contra o fogo, a destruição, os maus espíritos, além de atrair as graças de Deus como expressão comum. A pêssanka é considerada uma espécie de talismã ou amuleto.
É costume na comunidade ucraniana presentear com pêssankas aos amigos, dizendo o tradicional “HRESTÓS VOSKRÉS” (Cristo Ressuscitou), em resposta se diz “VOÍSTENU VOSKRÉS” (Verdadeiramente Ressuscitou).

Figuras de animais, carneiro, cavalo, antílope, rena etc. – simbolizam riqueza, prosperidade e boa saúde. Embora não existam girafas pintadas nessa arte, Girafas em Pêssankas também pode significar riqueza, prosperidade e boa saúde, uma vez que mamíferos em geral têm esses significados...Simbologia dos desenhos normalmente utilizados

Figuras de pássaros, galos ou representação parcial de aves (frequentemente vistos) – simbolizam fertilidade e promessa de relizações. O pé das aves enfatiza a proteção da juventude. O pé de ganso representa o espírito. Por anunciar, com o seu canto, o nascer do sol, o galo representa a vitória da luz sobre as trevas. Como é um animal que se reproduz em grande velocidade, está associado à fertilidade. A crista, seu porte altivo e a disposição para briga fazem do galo um símbolo de masculinidade, que confere luta, ousadia, coragem e orgulho. Entre os gregos, corresponde ao mito de “condutor de almas” e no cristianismo, está intimamente ligado a Jesus, que também foi um “anunciador” da luz para o mundo.

Figuras de peixes – símbolo comum de Cristo, também para o Cristianismo e os cristãos. As edificações, cúpulas e torres também simbolizam o Cristianismo.

Figuras de flores – símbolo de amor, felicidade, caridade. Flores expressam o princípio feminino, conferem bom gosto, humildade, delicadeza, elegância e beleza feminina, mas também a inconstância e a fragilidade da vida. Folhas e flores também sugerem vida e crescimento. As flores têm o poder de limpar o local, energizar e atrair bons fluídos. Parece que as papolas são as flores favoritas dos ucrânianos...

Figuras de árvores, pinheiros, ramos, folhas e galhos de plantas que não morrem na geada
Simbolizam juventude e vida eterna. É um dos símbolos mais ricos em significados esotéricos. Representa a transformação e o triunfo da vida sobre a morte (devido à constante renovação de suas folhas), a ligação entre a vida na Terra e as esferas celestiais (ao mesmo tempo em que suas raízes estão firmemente presas ao chão, seu tronco e sua copa se elevam na direção do céu) e a fertilidade feminina (além de produzir frutos, concede sombra e proteção).
Na Cabala (o conhecimento oculto dos judeus) é citada a “Árvore da Vida” (a qual representa o Paraíso, o mundo ideal e perfeito, onde o que prevalece é a vontade de Deus) e a “Árvore da Ciência do Bem e do Mal”, também chamada de “Árvore da Sabedoria”, representa o livre arbítrio humano e a disposição em transgredir as leis divinas.
Ambos ovos aparecem folhas da árvore “Oak” que significam força; com 3 folhas significa puro amor...

Figuras de espigas de trigo, cachos de sementes e cacho de uvas – Simbolizam boa colheita, prosperidade e fartura. Uvas significam bons frutos na vida cristã, também podem expressar grande lealdade no amor. Uvas e trigo representam comunhão. O arroz simboliza a abundância, a riqueza espiritual e a felicidade. Por isso, lançam-se punhados deles no dia do casamento. Desenhos de “rastelo” e “escada”: sorte em casamento.

Figuras de triângulos – Símbolo da Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo; homem-mulher-criança; nascimento-vida-morte e outros significados do número 3. O triângulo com um círculo no centro simboliza o olho de Deus. Simboliza a luz, o fogo, a força, a beleza, a sabedoria divina e a manifestação de Deus na Terra. Significa algo muito firme em sua base. Quando está com o vértice voltado para cima, representa o fogo, a energia masculina e com o vértice para baixo, a feminina.

Figuras de girassol e sol – símbolo de longa vida, riqueza, prosperidade e fortuna. Venerado como um deus pela maior parte das antigas civilizações, o Sol é o símbolo da luz, da ressurreição, da vida, do calor, da força vital e da inteligência suprema. Está associado à energia masculina e à nobreza, também ao amor a Deus e a existência eterna Dele.

Figuras de cruz – é um dos símbolos mais ricos e antigos da humanidade, principal símbolo do Cristianismo. Simboliza sobretudo a imortalidade, a união de todos os homens, a integração de todos os homens, a integração entre terra, água, ar e fogo, a união entre o céu e a terra.
Para os cristãos, a cruz representa o sofrimento de Cristo, mas também vitória (a vitória triunfou sobre a morte por meio da ressurreição). Existem inúmeros tipos de cruzes, sendo que cada uma delas possui um significado simbólico e particular. Entretanto, sempre representam algum aspecto da fé cristã.
A cruz é a chave da sabedoria futura, os quatro pontos cardinais do céu para servir de duplo eixo ao Universo. A cruz celta (principal representação material do deus Lug) era símbolo de respeito e veneração a todos os deuses heróicos.

Figuras de traços contínuos, desenhos decorativos, ondas, espiral etc. – símbolo de eternidade, harmonia e proteção.

Figuras de diamantes – diamante é o cristal lapidado e, por esse motivo, simboliza a pureza absoluta, a espiritualidade, a imortalidade, a coragem, a firmeza de caráter e o conhecimento.

Figuras estrelares, rosáceas ou estrela de 8 pontas – símbolo de Cristo, também pode representar flores. Na Antiguidade, acreditava-se que as estrelas eram as almas dos mortos reluzindo nas trevas. Seu conteúdo simbólico mais significativo é o da luz espiritual que atravessa a escuridão, a esperança e a elevação do espírito.